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Nos dias atuais, todos nós já nos deparamos com um escorpiãozinho ou até com uma planta que seja irritante a pele, como a “Comigo-Ninguém-Pode”. Já se perguntou como isso funciona ou por que ocorre? Vem com a Soluções que hoje vamos falar um pouco sobre!
Na natureza, é comum que espécies diversas possuam mecanismos de defesa que auxiliem em sua sobrevivência, sendo parte fundamental do processo de evolução como um todo. Essas especificidades surgem em meio a milhares de anos de pressão evolutiva, fazendo com que a espécie se adapte a fim de não ser extinta!
Esses conceitos são observados em diversos tipos de espécies, presentes em mamíferos, répteis, insetos e até mesmo nas plantas! Os mecanismos envolvidos para o surgimento dessas toxinas podem diferir, da mesma forma que as estruturas químicas e composições. Entretanto, a finalidade continua sendo a mesma, preservando-se ao longo de anos de evolução, a defesa contra predadores naturais!
Devido ao impacto da população humana em todos os ecossistemas, desde séculos atrás o estudo dessas espécies é requisitado, sendo muito úteis para compreensão da atuação da substância no nosso corpo, possibilitando formas de tratamento diversas com redução dos riscos envolvidos a elas. Esse ponto se relaciona muito ao ditado: “conhecer para tratar”!
Como já comentamos anteriormente, o desenvolvimento de substâncias que são prejudiciais aos humanos e outras espécies é advindo da necessidade de proteção contra potenciais predadores, como insetos, animais, fungos ou bactérias. Com isso, surgiram as toxinas que causam diversos efeitos a depender do contato que estamos estudando. Vale lembrar que esse tipo de observação remonta à antiguidade, com estudos para fins de caracterização de efeitos prejudicais e possíveis efeitos medicinais.
Usualmente, os efeitos tóxicos são advindos de compostos específicos na planta podendo eles serem componentes primárias (as necessárias para sobrevivência da planta) ou secundárias (menos comuns e empregadas na proteção ou comunicação da própria planta). Os metabólitos que se apresentam nessas espécies são amplamente estudados pois alguns fazem parte de formulações de remédios!
Assim como definido por Paracelsus, um dos principais nomes da Toxicologia no mundo, toda substância possui toxicidade intrínseca a si. Talvez você conheça melhor pela frase “a diferença do remédio e do veneno é a dose”. Esse conceito pode ser ampliado para os compostos de plantas também!
No geral, os principais compostos que são associados à casos de intoxicação advindos de plantas são atribuídos ao oxalato de cálcio, alcaloides, glicosídeos cianogênicos, cardiotóxicos e saponinas. Seus efeitos no organismo variam por diversos fatores, como a própria dosagem, a via de absorção e até mesmo influências genéticas, com fatores de predisposição e metabolização. Seus efeitos majoritários são atrelados a quadros de asfixia, desregulação de mecanismos celulares e problemas de absorção e recaptação de nutrientes.
Pode parecer curioso, mas algumas das espécies que possuem esse tipo de mecanismo são utilizadas de formas decorativas, com exemplares extremamente corriqueiros no dia-a-dia das pessoas. Alguns exemplos que podem ser citados são a “Comigo-Ninguém-Pode” (Dieffenbachia spp.), “Copo-de-leite” (Zantedeschia aethiopica) e Mamona (Ricinus communis). Com isso, percebe-se a necessidade de permanecer atento as substâncias e espécies que se apresentam no cotidiano, evitando intoxicações graves pelo contato descuidado.
Quando falamos em venenos, uma das primeiras associações feitas é tradicionalmente relacionada aos animais que possuem essa característica, sendo os principais atribuídos os escorpiões, as aranhas e as cobras! Essas toxinas animais são tão complexas e instigam a humanidade a tanto tempo que existe uma área da toxicologia voltada apenas ao seu estudo, a Toxinologia!
Esses animais são muitas vezes confundidos no quesito da terminologia empregada, associando animais peçonhentos com animais venenosos. Entretanto, os termos não são sinônimos! Eles são utilizados como forma de classificação dos animais, sendo animais peçonhentos aqueles que possuem um aparato de inoculação, de aplicação, da substância produzida, enquanto os venenosos não possuem nenhuma estrutura com esse fim, possuindo apenas a produção do veneno em seu corpo.
Com essa breve descrição, provavelmente você já consegue associar alguns animais representantes, não é? Os mais clássicos peçonhentos são os escorpiões, aranhas e cobras! Assim como os primeiros que pensamos quando o assunto é veneno animal! Para os animais venenosos, espécies como sapos, rãs e peixes, como por exemplo o baiacu, são comumente associadas.
Os animais possuem suas toxinas atribuídas a diferentes finalidades, podendo elas serem relacionadas à mecanismos de defesa, predação ou partes da etapa digestiva do animal. Cada uma das utilizações se baseia na espécie envolvida e seus comportamentos, sendo particulares de cada contexto. Devido a isso, assume-se que suas estruturas moleculares e composições dos venenos sejam divergentes umas das outras, sendo necessário estudos específicos para cada uma. Essas variações podem ocorrer até mesmo em espécies semelhantes, como nos diferentes tipos de cobras existentes.
Algumas toxinas possuem efeitos característicos que podem ser associados à sua função em contexto biológico. De forma genérica, cobras possuem toxinas com efeitos neurotóxicos e hemolíticos, afetando o sistema nervoso e o mecanismo de coagulação de presas. Entretanto, as águas-vivas possuem toxinas que levam a irritação da pele e até paralisia em casos graves, sendo parte importante de seu processo digestivo.
Essas substâncias são amplamente estudadas pois além de ser necessário compreender seus efeitos e mecanismos de ação para criar medidas caso ocorram acidentes com esses animais, tais toxinas podem possuir um amplo potencial terapêutico, assim como observado nas plantas. Recentemente, um estudo sobre conotoxinas, advindas dos caracóis-cone, indicou um potencial uso para tratamento de dores crônicas.
Agora que sabemos algumas características sobre potenciais toxinas no nosso cotidiano, devemos sempre ter em mente procedimentos a serem atribuídos em casos de acidentes com venenos dessa forma!
Caso você seja picado por uma animal que seja potencialmente peçonhento ou entrado em contato com plantas ou espécies que sejam venenosas, recomenda-se que o protocolo a ser seguido seja o seguinte:
Mantenha a calma e procure ajuda médica rapidamente.
Com tais dicas, podemos minimizar danos e os riscos de agravamento da enfermidade em geral. Sempre bom atentar-se em locais escuros, com rachaduras ou pilhas de entulho, além de sempre verificar do que se trata algo antes de ingerir.
E então? Curtiu nosso conteúdo do dia?? Espero que tenha sido proveitoso e esclarecido alguns pontos dessa área tão maneira!! Não se esqueça de seguir a gente nas redes sociais pra ficar por dentro de tudo que tá rolando na Soluções!!!
Diretor de Vendas